domingo, 26 de dezembro de 2010

LIII

A saudade que me move
 Pois que seja
   Chove...
  Sem ti tudo
   Trote
  Meu saber
   É só um lote
   De coisas sem
         Perspecção
   E não
         Não
            Não
      Nada é sem
                E a culpa socorre
                Como ficar longe,
                   Como?
                   E meu pensamento
                      É vosso
                   Meu entender
          Não posso
                Só te quero
                     Convulsivo
                Em paz...
                Mas não posso...

LII

Um casal
A Revolução Astral
Dos ratos descende
Depende do defecar
Do cavalo na balança
Acusando quantas libras
A gente lança
Na pseudo ciência
Mais antiga que existe
Que com um terço de chance
A criança alcança!

Meu amor por minha amada
As saudades, as esperanças
Nada tem de ver com o signo da balança
Só é o mesmo amor
Eterno que não se cansa
Por ti, contigo
Rio feito criança...

LI

Queria uma Revolução
   Uma decente.
Mas como rolar uma
Se não está sob o
Comando da gente?

L


Nesta imensidão de cactos
Resplandecem fatos bisonhos
Nos sonhos de imersão.

Quanto compunha atos
Somos atores do espetáculo
Insensatos, sem proteção
Frágeis, coléricos, bisonhos.

Queira compreender, morto
O que te dizem tanto vivo
Senha folclórica do Crivo,
Absorto na própria ilusão.

Tudo nestes cactos...!
Espinhos verdes em carnes,
Enfurecendo corpos sãos!

XLIX

É com verdade
Que trote some
Diga à tarde
[que] não tem um nome
O mundo sumiu dos pés
Ante a claridade:
Pior viver na maldade,
Sem caminho, nem fé!
Muito covarde
É um empenho qualquer
Sem saber o que se é,
Deixando-se levar
Por sorriso de mulher

Ou me mate
[Ou] me deixe no chão
Não me leve
Em regime d’escravidão!

Bem, quem sabe?
A hora é só um detalhe,
Que o tempo marcou na solidão.
E a vida é só um entrave
Na tua dignidade,
E por isto co’ela acabe,
E crie paixões que vem e vão...!
Mas que se’a uma criança,
Um pivete invocado,
Pra levar de cada lado,
A paz, a alma, o coração.
Bem, quem sabe?

É com verdade.
Que se molda um caráter,
Ainda mais quando
ela é destruição.

Nem quero mais falar,
Só me resta cantar,
No lamento...
No mar, pranto.

XLVIII

Cada dardo que lhe joguem
Use três mais,
Suba socorrendo bem mais precise.

XLVII

Os céus gospem raios
Como tantos outros maios,
E não quero que digam
que só a chuva eletrostática
Do positivo e negativo
e a fricção existente sei lá onde.
E sobe desce  sempre ascendente,
No que não inexiste existente
E de modo permanente
Tudo flui de si imanente
eminentemente como sempre...

Os céus gospem raios,
Como novos maios,
E novos abris,
Dias febris e gente feliz,
Não sei o que é a vida,
Não sei nada da morte,
Só sei a grande sorte,
De estar e poder sentir,
o ar, água, fogo e terra.
é bom saber que é humano
E todo humano erra...

Os céus gospem raios,
Como tantos outros maios,
Hoje é um dia sem-fim,
A casa pega fogo ao lado,
E somos nada mais que pó,
Somos um próprio nó,
De e toda água cai do céu
E tudo escorre destilado...
Cada gota d'água cai...
Caí,
Uma bomba, um fardo.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

XLVI


E cantemos ao tempo cartesiano
Tão infante perante tantos anos,
Que morrem recrudescentes panos,
E sejamos onde sempre é o amor,
Destruindo as dúvidas, velejamos.

Saudosos poemas de eras remotas
Empueirados nas cabeças e corações
Deixem-nos, antigos marinheiros
Rotos e suas vis canções.
E quantos rouxinóis nos vemos mais?

Hoje é melhor que ontem
E sejamos o que fôssemos sempre
Pra ser o que não tem
E entender o que sermos corrente
Unos em um mundo devastado...

Corações drenados,
sugando espíritos
E captando emoções,
Vampiros consortes
Vampiros de revoluções.

Sejamos como sempre fôremos
Destoados cânhamos forenses,
Onde a morte exala o cheiro
Navegante, imundo no chão...
Nada somos perante tal!

E quanto cantamos e quanto vivemos
Sobre amor e morte,
É o que somos é o que entendemos
E de tal modo compreendemos,
Os verbos não rimam com perfeição.

Mas quem se importa?
Hoje é melhor que ontem
E o que tem sermos o que é
E o que há de ser tentar
Usar tanta conjunção?

O mundo corre sobre
Água salgada,
O espírito corre,
No sangue salgado,
E mares regamos lares...

Os altares de vida e morte
Destruídos pelas blasfêmias
Não entendidos entendedores
De tudo e nada, como se fossem
Como se fossem, como se...

E os escombros necessários,
Agora estão todos no chão.
Sejamos um fluxo torrencial,
Para reconstruir o não destruído
E refazer o não feito...

Fazer direito, um mundo perfeito.
É hoje que somos o direito,
Hoje viventes amanhã, poente,
E temos em nós o princípio incidente
De sermos sempre crescentes...

Ou decadentes.
Cai mais um trovão como a chuva,
Mergulhando em metal
e termos de água,
Sobra posição fetal.

Comece tudo de novo.
E todos os erros permanentes,
Os deixe como sinaleiros,
E não mais enfeites.
Agora é o renascimento.

domingo, 12 de dezembro de 2010

XLV


O que não mais é
Deixa de ser o que seja
Pois é o que não mais,
E tanto tempo
O rubro passar das faces,
No corar das fases,
De cabos só insálubres,
em crenças que destroem
teoricamente, cantares
E de fato altares...
Como somos tantos e tantos lares,
E gens de antepassados
É como a água correndo novamente
Num rio turbulento,
like a deamon
je suis l'noche...
E não sou mais.

XLIV


Por fim o porvir dos novos tempos
Não é futuro de novos lamentos
Somos o novo e tudo novo a contento,
Do que não somos nem tiramos proveito.
Das leituras de uma mente anciã,
Destruída no ansioso tempo.
Como somos o nada e somos tudo,
é tudo que sobremorre numa inexistência
Que não é mais portanto vã.
Só há amor e portanto cor.